15/12/2017

António Simões: "Não quero ver dentro do meu clube gente que não o prestigia"


Quando rebentou o caso dos e-mails, teve, na BTV, uma intervenção muito crítica para o interior do próprio Benfica. Esta polémica pode estar a perturbar a equipa de futebol?

Essa é uma grande questão, não sei qual é o sentimento de quem trabalha no clube. Mas há uma coisa que eu lhe garanto: a mim perturbou-me e continua a perturbar. Não estou muito interessado em saber se perturba quem lá está, estou é seguro de que a mim me perturbou e espero que outros tenham o mesmo sentimento. Porque se não se sentem perturbados... bom, então quase que desconfio do sentimento que tenho. Ninguém tem de ser igual a mim, mas obviamente que não é uma situação agradável. Não venham dizer que toda a gente não vê, não ouve, e os jogadores a mesma coisa. Respondendo à pergunta, não sei se perturba, a mim perturbou e admito que tenha perturbado os outros. Já que fez referência a isso, eu falei na altura própria e nunca mais voltei a falar do assunto porque digo as coisas que acho que devo dizer, não tenho de me andar a repetir para convencer de que tenho razão. Prefiro muito mais ser um homem feliz. E o Benfica ganhar faz-me também um homem feliz, mas não só, porque há muito mais coisas na vida além do Benfica. Digo isto por convicção, porque me desanima, porque me desaponta, assistir a esta história toda dos e-mails. Entristece-me sobretudo ver gente continuar a ter o estatuto de representatividade do clube a quem eu sou completamente alérgico. Às vezes até me dá vontade de dizer um disparate, que pode nem ser um disparate. O Benfica anda à procura de um lateral direito, ponham o Pedro Guerra a jogar. Porque não o põem a lateral direito? Pelo menos por ali ninguém passava, não havia espaço. Tenho vontade de dizer estas coisas. Parece que há reféns disto tudo que está a acontecer e, portanto, ninguém quer tomar decisões.


Subentendo que se fosse o António Simões a decidir havia pessoas que já não estavam no clube...

Claro. Não quero ver dentro do meu clube gente que não o prestigia. E tenho legitimidade para o dizer. Não estou a correr com ninguém, façam o que quiserem. Não gosto é de ver essas pessoas no meu clube e tenho o direito de o dizer.


Alguma vez transmitiu essa sua ideia de viva voz a Luís Filipe Vieira?

Eu não dei ideias nenhumas ao senhor presidente, tive oportunidade em duas ocasiões de expressar o meu desagrado e desapontamento por haver pessoas a representar o clube com as quais eu não me revejo. Fi-lo uma vez publicamente e vou continuar a dizê-lo quando for necessário, quando eu entender. Eu é que escolho quando é que digo. E também já o disse pessoalmente ao senhor presidente e é o senhor presidente que tem legitimidade para tomar decisões. Não exijo que ele as tome, porque não tenho esse direito, mas tenho o direito a dizer aquilo de que eu não gosto.


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